Inteligência humana, inteligência artificial e outras inteligências: entrecruzamento de questões mitológicas, metafísicas e teológicas.
“A Inteligência Artificial é o produto de um sonho. O sonho do desejo, da imaginação, do mito. Mas também um sonho da razão. É o sonho do homem, por um lado, ter o controle de tudo; por outro lado, o homem abolir os limites da finitude dele mesmo.”
Na palestra apresentada no dia 22 de maio, o professor Marcos Aurélio nos convidou a uma reflexão acerca da falsa divinização da Inteligência Artificial na realidade atual, na era pós-humanidade. A IA assume um papel comparável ao de uma entidade espiritual, representando uma inteligência superior à dos humanos e exercendo o controle do “real”, de tal modo que o humano se torna descentralizado no universo. Isso gera impactos nas relações com o Espírito (sopro divino) e empobrece o ser humano. Semelhante às reflexões de Heidegger e Hölderlin acerca do problema da tecnização e da consequente perda da autenticidade do ser, a IA, como ápice da dominação da técnica, leva ao desencanto e à alienação. A Inteligência Artificial é a concretização de um sonho humano de ter controle do mundo através de suas criações mecânicas/tecnológicas, porém desconsiderando seu próprio desejo de transcendência da Terra.
“Esse sonho pode ser sonhado. Mas ele também pode se transformar em pesadelos.”
— Citações tiradas da entrevista com o professor Marcos Aurélio. Disponível também no nosso Instagram!